De acordo com o estudo, o PIB brasileiro deve ter alta de 0,6% neste ano e de 1,6% em 2018. A projeção está abaixo da média para a América Latina e o Caribe, que devem crescer 1,3% em 2017 e 2,1% no próximo ano. A ONU espera que a retomada aconteça por meio de uma maior demanda externa e pelo aumento de preços das commodities, os produtos primários com cotação internacional. Para a América do Sul, a organização espera uma política monetária menos restritiva com um cenário de inflação mais baixa.
Projeção da ONU para o PIB é parecida com expectativa de instituições financeiras ouvidas pelo Boletim Focus
O relatório também projetou o resultado da economia brasileira em 2016, com queda de 3,2% do PIB em 2016. O número está próximo das projeções feitas por instituições financeiras consultadas pelo Banco Central para o Boletim Focus. Segundo o levantamento, a expectativa é que o resultado do ano passado aponte para queda de 3,49% da economia .
América do Sul
Segundo a ONU, a economia da América do Sul recuou 2,3% em 2016 devido às recessões na Argentina, no Brasil, no Equador e na Venezuela. O ritmo de crescimento no Chile e na Colômbia também foi reduzido desde 2015. Entre os países que apresentam crescimento, estão a Bolívia e o Peru, que enfrentaram a desaceleração regional com um aumento do consumo privado e governamental.
A expectativa é que a Argentina e o Brasil, as duas maiores economias da região, saiam de um contexto de recessão. O relatório ressalta, no entanto, que a retomada pode ser mais lenta no Brasil por causa dos altos índices de desemprego, de um ajuste fiscal em andamento e o maior endividamento .
Riscos
Os principais fatores de risco para a retomada apontados pela organização são a desaceleração da economia chinesa, importante consumidora de commodities, a possível criação de medidas protecionistas por parte do governo norte-americano de Donald Trump, e eventuais turbulências nos mercados financeiros. O estudo mostra que a projeção de crescimento do PIB em médio prazo na região está perdendo força por causa de fragilidades estruturais que persistem, incluindo uma alta dependência de matérias primeras e um baixo crescimento da produtividade.