Prezado participante,
Este é o boletim de investimentos da CargillPrev, contendo os principais acontecimentos no mercado no mês de janeiro de 2023.
Boa leitura!
O primeiro mês do ano de 2023 demonstrou uma melhora das perspectivas em relação ao aperto das políticas monetárias nos Estados Unidos e Europa. De toda forma, seus Bancos Centrais reforçaram o comprometimento com o combate à inflação, deixando em aberto a possibilidade de novas altas nas taxas de juros;
Nos Estados Unidos, a taxa de desemprego segue muito baixa, mas o crescimento salarial desacelerou, indicando que eventuais próximas altas de juros pelo FOMC podem ser mais brandas;
Na Europa, as perspectivas para o preço do gás também vêm contribuindo para melhorar os indicadores de atividade econômica e de inflação;
O MSCI World (USD) teve rentabilidade de 7% em janeiro, frente ao ambiente um pouco mais otimista observado, pela diminuição do risco de recessão;
No Brasil, apesar dos dados positivos de arrecadação do ano de 2022 e do comportamento da dívida pública, as sinalizações do governo têm gerado muitas dúvidas sobre a trajetória do endividamento. Esse ambiente de maiores incertezas deve prevalecer até que o Ministro da Fazenda apresente um plano que deixe mais clara a dinâmica da gestão fiscal;
Mesmo diante de um ambiente de maiores incertezas, a Bolsa fechou o mês positiva, em 3,37%, principalmente pelo fluxo positivo de capital estrangeiro – próximo de R$ 10 bilhões;
Em relação à curva de juros, observou-se, assim como em dezembro, um deslocamento para cima, reflexo de todas as incertezas já mencionadas;
Em relação à variação dos principais índices de mercado, no mês de janeiro, destacam-se o CDI com 1,12%, o IBOVESPA com 3,37%, o IMA-B 5+ com -1,26% e o IFIX com -1,60%.
Fato Relevante: os mercados, tanto de crédito privado como de ações, foram afetados no mês de janeiro pelo evento relacionado às Americanas S.A. No dia 11/01/2023 veio a público um fato relevante, informando sobre inconsistências contábeis da empresa, o que geraria um impacto, naquele primeiro momento, na 2 ordem de R$ 20 bilhões. Por esse motivo, já no dia seguinte, os administradores dos fundos de investimentos, que detinham títulos de dívida emitidos pela companhia, fizeram provisionamentos para perda próximos de 50%. Como fato subsequente, a empresa conseguiu uma liminar para proteger seu patrimônio de penhoras, tendo entrado também com pedido de Recuperação Judicial, que já foi deferido, em 19/01 pela 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro. Em meio a esses desdobramentos, gatilhos de vencimento antecipado de dívidas foram acionados, o que agravou a situação de endividamento da Americanas S.A., cuja estimativa mais atualizada do impacto em seu balanço passou para R$ 43 bilhões, implicando em revisões do provisionamento pelos administradores dos fundos de investimentos para próximo de 90%. Cabe observar que o mercado de crédito, como um todo, está atento aos desdobramentos desse caso, avaliando os potenciais reflexos para a classe de ativos.
Todo mês uma nova análise de investimentos. Acompanhe nosso boletim e aproveite.
Até a próxima,
Alexandre Muniz
Diretor de Investimentos CargillPrev